Coronavírus: um castigo dos céus? (Especial Covid-19, #8)

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. Inspirai, ó Senhor, as nossas ações e ajudai-nos
a realizá-las, para que em Vós comece e para Vós termine tudo aquilo que fizermos. Por Cristo Senhor Nosso. Amém. Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. Olá, nós prometemos um vídeo para responder
à pergunta teológica bastante oportuna se fenômenos como o COVID-19 e doenças, pandemias,
pestes, terremotos, etc. e tal, se tudo isso pode ser castigo de Deus? Bom, aqui a resposta precisa ser uma resposta
cautelosa, mas não porque a Igreja não saiba a resposta com clareza, ela sabe a resposta
com clareza, é que você não entende a palavra “castigo” com clareza, por quê? O que é castigo para a maior parte das pessoas? A que se refere essa palavra? Bom, castigo, para a maior parte das pessoas
que, infelizmente, vivem numa cultura sem virtude, castigo é uma pessoa raivosa, irada,
ressentida, vingativa, que vai lá e faz um castigo, pronto. Bom, se castigo é isso, então, não, COVID-19
não é um castigo divino porque Deus não é isto, Deus é amor infinito, misericórdia
e paternidade. Agora, se castigo significa que Deus, que
é um Pai bondoso, na Sua providência divina, sim, porque Deus interfere na história, Deus
não é o deus dos deístas, entendeu? O que é o conceito dos deístas? O deísta acha que Deus criou o universo,
deu corda na coisa e largou, pronto, não precisa mais intervir, não, nós somos católicos,
pelo amor de Deus, Deus intervém e existem níveis da providência divina e, para nós,
católicos, filhos de Deus, que estamos em estado de graça, tudo, absolutamente tudo,
se transforma num bem. “Omnia in bonum”, ou seja, tudo contribui,
tudo se transforma em bom para aqueles que amam a Deus. Quem ama a Deus? Aquele que está em estado de graça e que
tem o amor divino dentro do coração dele, então, nós vimos por esses dias do Evangelho
de Lázaro, no Evangelho de Lázaro, da ressurreição de Lázaro, as pessoas vão dizer a Jesus:
“Senhor, aquele que amas está doente” e Santo Tomás de Aquino, comentando isto, diz: “Isto
foi escrito no Evangelho para que se saiba que não somente os pecadores, maus, injustos,
sofrem, também aqueles que são amigos de Deus sofrem”. Então, o que é esta realidade do sofrimento
na visão cristã? A realidade do sofrimento é a seguinte, vamos
colocar alguns pontos para ficar bem claro e aí a gente volta para a nossa resposta
específica: primeiro, o sofrimento é consequência do pecado, ponto, sempre. Do pecado original, nós nascemos num mundo
em que se sofre, não era previsto isso no projeto de Deus, Deus ia dar um jeito que
não houvesse sofrimento, lá no Paraíso de Adão e Eva havia esse dom preternatural,
ou seja, um dom fora do normal da natureza de que eles não sofriam, eles não morriam,
o normal da natureza biológica é sofrer e morrer, mas Deus, quando criou o homem lá
atrás não tinha isso, mas, por causa da nossa desobediência, nós perdemos isso e,
portanto, o sofrimento e a morte existem como consequência do pecado. Agora, não quer dizer consequência de um
pecado seu ou meu, não, primeiro, consequência do pecado, pessoas inocentes podem sofrer,
vamos pegar o exemplo, claro, de Nossa Senhora, a Imaculada. Nossa Senhora, em La Salette, aparece chorando,
e Ela não tinha pecado nenhum, e por que Ela está sofrendo? Bom, Ela está sofrendo por causa dos nossos
pecados, veja, Ela diz claramente para os videntes que “vocês não fazem idéia do
quanto Eu sofro por vocês e vocês jamais poderão pagar de volta isso”, retribuir,
ou seja, o sofrimento inocente de Maria que é simplesmente uma demonstração bondosa
e divina daquele sofrimento maior Daquele que é “O Inocente”, Nosso Senhor Jesus Cristo
na Cruz, ou seja, Jesus sofreu na Cruz e por quê sofreu? Sofreu por causa dos nossos pecados, não
dos pecados Dele, então, aqui existe um segundo ponto importante, então, o primeiro ponto
teológico importante, o sofrimento é consequência do pecado, pode ser que não seja só dos
seus pecados, pode ser que seja de pecados de outros também, nós, como não somos a
Imaculada Virgem Maria, não somos Jesus Inocentíssimo, algum pecado temos, mas o sofrimento é consequência
do pecado, do pecado original, do pecado que nós fizemos, número 02, segunda realidade
teológica importante para nós, católicos sabermos é que o sofrimento, quando unido
a Deus, ao amor divino, tem uma capacidade redentora e aqui vem a realidade linda de
Jesus, Redentor, na Cruz, Maria Co-Redentora, a Mãe com o Seu Coração Imaculado, o Seu
Coração doloroso, compassivo. Jesus na Paixão e Maria na Compaixão. Isso tem algo de redentor e se nós nos unirmos
a isso pedindo a Deus o amor divino para juntos sofremos, existe algo de redentor. Foi o que Nossa Senhora ensinou para as criancinhas
em Fátima, que elas poderiam, criancinhas, unir o seu sofrimento e aquele sofrimento
seria redentor e foi isto que realmente fez a mensagem de Fátima extraordinária para
esse momento, por quê? Porque aquelas crianças viveram também uma
pandemia, a gripe espanhola, e transformaram tudo aquilo em sofrimento redentor, então,
esse é o segundo ponto importantíssimo. Terceiro ponto, então, para nós entendermos,
Deus, na Sua infinita sabedoria vê coisas maravilhosas que nós não enxergamos, vamos
fazer uma comparação, você está aqui numa tempestade, tudo escuro, nuvens carregadíssimas,
negras, raios, ventos, tempestades, tufões, tudo sendo destruído, lá no alto do Céu
está o Sol que não é minimamente afetado por isso tudo e continua resplandecendo de
beleza. Então, o que pontualmente é uma tragédia
sem sentido e absurda, se nós olharmos o cosmos todo já se vê uma diferença, agora
imagina ver isto com um olhar divino e nós, cristãos, sabemos: Ele é Meu amigo, morreu
por mim, se entregou por mim e o que estou sofrendo aqui não é nada diante do que Ele
sofreu por mim na Cruz. Então, Deus é bom, Deus é providente, paterno,
querido, amoroso, colocadas essas três coisas: que o sofrimento é sempre fruto do pecado,
que, unido ao amor divino, o sofrimento tem um poder redentor e que existe – número três
– uma providência bondosa, querida, paterna, piedosa de Deus, em todos os acontecimentos,
principalmente para aqueles que estão em estado de graça, voltamos à pergunta original:
essas pandemias e sofrimentos, não somente o coronavírus, também todos os sofrimentos
decorrentes disso, de pessoas com depressão, ansiedade, angústia, na nossa área aqui,
um padre me contou que ele atendia duas senhorinhas já, bem idosas, acamadas, etc., e começou
a atendê-las já há muitos meses, com toda essa história que nós já estamos aí há
um mês nesse clima um pouco de histeria coletiva, as pobres senhorinhas foram, uma independente
da outra, numa casa não conhecia a outra, duas independentes, começaram a se fechar,
a se entristecer, a não querer comer e morreram. Eu não estou dizendo que morreram por causa
da histeria coletiva e não morreriam, também é difícil aferir esse tipo de causalidade,
mas para dizer que os males dessa pandemia não são somente os males do contágio, tem
muito sofrimento. Uma pessoa conhecida da minha família disse:
“Olha, aqui perto de casa nós já estamos com uma grande dificuldade porque, porque
os vizinhos estão vindo pedir xícara de feijão pra cozinhar porque as crianças estão
em casa e precisam comer e não está tendo”. Então, vejam só, estes sofrimentos decorrentes
de toda essa situação, este e outros, porque, independente da situação social, já tinha
gente que estava com câncer e continua, já tinha gente que estava de luto e continua,
já tinha gente que estava sofrendo, o sofrimento faz parte da vida humana nessa nossa situação
depois da queda do pecado original. Nós temos que entender, gente, tudo isto,
tudo isto, são permissões bondosas da Paternidade divina, Maria, Nossa Mãe Santíssima, na
Sua Maternidade está conosco nestas situações e nós temos que saber aproveitar estes sofrimentos. Aproveitar. Para amar e amar cada vez mais a Deus e amar
nos irmãos, ajudar as pessoas que estão necessitando, ser generosos e ir realmente
ao encontro de quem mais precisa, às vezes ir ao encontro de quem mais precisa é, por
exemplo, ajudar uma pessoa mais fragilizada a viver um isolamento de quarentena, ir lá,
fazer compras pra ela, ir lá, trazer o conforto da palavra de Deus, uma visita que não precisa
ser um abraço físico, você pode ficar de longe, respeitando a quarentena, etc., etc.,
mas ajudando as pessoas. Tudo isso, gente, é tudo muita providência
de Deus, o sofrimento é sofrimento, mas a providência de Deus quer que nós também
nos unamos a esse sofrimento. Então, pergunta final: existem castigos divinos? Resposta: sim e não. Se castigo divino quer dizer que Deus é temperamental,
irascível, ressentido e vingativo, então, não. Se castigo divino quer dizer que Deus é bondade
infinita, misericórdia e, permitindo os sofrimentos e, às vezes, mais do que permitindo, mandando
os sofrimentos, faz com que a Sua misericórdia e a Sua justiça brilhem, de tal forma que
alguns pecados já são castigados e purificados já agora, e a virtude e a glória de Deus
possa se manifestar naqueles que O amam. Guardemos isso no nosso coração: tudo contribui
para o bem daqueles que amam a Deus e saibamos que se Deus permite alguns males, Ele também
é clementíssimo, o que é a virtude da clemência? A clemência é a virtude de quem, tendo que
aplicar um castigo, não aplica tudo o que deveria, mas somente uma pequeníssima parte. Nossa Senhora em Suas aparições mostra como
Deus é clementíssimo, Ela diz: “Meus filhinhos, rezem o terço”, há quantas décadas, séculos,
Nossa Senhora vem dizendo isso: “Rezem o terço, façam penitência, se arrependam”, Deus está
sendo tão bom nos poupando de castigos que nós mereceríamos. Uma última observação: tudo aquilo que
nós estamos vivendo de sofrimento nestes dias, por não podermos, para o bem dos fiéis,
fazer aglomerações dentro da Igreja, tudo isso também serve de pedagogia divina, porque
os sofrimentos pelos quais nós estamos passando agora são somente um pequeno ensaio de sofrimentos
que virão para a Igreja no futuro, pode ser que nós não estejamos vivos para ver esse
sofrimentos da grande tribulação, mas a Igreja precisa estar preparada. E é por isso que nas aparições, Nossa Senhora
nos diz: “Olha, façam o seguinte, façam Missa, façam confissão”, sim, Ela diz isso
para desagravar, etc., etc., mas o que é mais constante nas aparições é “rezem o
terço”, por quê? Porque há momentos, como esse, em que, embora
os padres estejam celebrando Missa, os fiéis ficam privados dos sacramentos. Mas você não está privado da fé, você
não está privado de Nossa Senhora, você não está privado do Santo Rosário. Deus, clementíssimo e bondoso, envia a Sua
Mãe, “ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria”. Aproveitemos tudo isso porque tudo contribui
para o bem daqueles que amam a Deus. Deus abençoe você. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Poderá ver o vídeo no youtube Aqui

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